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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Construtoras investem em projetos residenciais cada vez mais sustentáveis, com sistema de captação da água da chuva e telhados brancos

RIO - Não é novidade que a construção civil é uma das grandes responsáveis pelos impactos no meio ambiente - segundo pesquisas, sozinha, ela consome cerca de 75% dos insumos naturais do planeta. Mas o que tem sido feito, de fato, para reduzir esses efeitos? Neste ano, estão em andamento no Rio e em São Paulo projetos de lei voltados para a construção sustentável. A Universidade de São Paulo (USP) lançou neste semestre um curso de pós-graduação voltado para a melhoria das condições climáticas.


O mercado imobiliário carioca vai ao encontro das iniciativas e apresenta novidades sustentáveis para este ano. Uma delas é a vila ecológica Movimento Terra que está sendo construída em Pedro do Rio, na Região Serrana. As oito casas do empreendimento vão contar, entre outras coisas, com reaproveitamento de água da chuva, painel solar, telhados verdes e madeira de reflorestamento, certificada pelo Conselho Brasileiro de Manejo Sustentável (FSC).

Cada residência terá um projeto arquitetônico diferente, mas todas seguirão o mesmo padrão de construção e acabamento. Idealizado pelo arquiteto Sérgio Caldas, o condomínio de "casas verdes" deve ser um dos primeiros no Brasil a receber o selo inglês Breeam para construções sustentáveis.

Já o próximo lançamento da Rubi Engenharia, o Sunrise House Garden, contará com telhados brancos.

Ao todo serão 64 casas de 153 metros quadrados.

- Pouca gente conhece os efeitos positivos desse tipo de material. É uma iniciativa que parece simples, mas que traz enorme benefício para o imóvel, principalmente em uma cidade como o Rio, em que se têm altas temperaturas durante a maior parte do ano - comenta Joana Alvim, diretora da Rubi Engenharia.

Esse não é o primeiro condomínio de casas com telhado branco da Rubi. Em 2009, a construtora lançou em Jacarepaguá o Bella Vista Classic Houses, com 50 casas de telhados brancos.

De acordo com pesquisa do Lawrence Berkeley National Laboratory, laboratório ligado à Secretaria de Energia dos Estados Unidos, as coberturas brancas refletem até 90% dos raios solares. Com isso, reduzem em até seis graus centígrados a temperatura no ambiente interior. Um ganho que se traduz não apenas em bem-estar, mas também no bolso, já que o gasto de energia elétrica reduz-se em até 70%.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, já foi aprovado, em primeira votação, projeto de lei que torna obrigatória a pintura de branco dos telhados das novas construções. O texto ainda deve ser votado uma segunda vez antes de ir para a sanção do prefeito.

Outra iniciativa do poder público está em estudo na prefeitura do Rio de Janeiro. A prefeitura está finalizando os estudos para apresentar à Câmara dos Vereadores um projeto de lei que visa a estimular a construção e a reforma sustentável de imóveis, com o reaproveitamento de materiais e o uso de técnicas para reduzir o consumo de água e energia.

Segundo a proposta, a adesão ao certificado municipal batizado de Qualiverde dará direito a incentivos fiscais, como redução dos valores de IPTU, ITBI e ISS.

Atitude sustentável durante a execução da obra

Durante a construção do empreendimento, os resíduos de obra também podem causar danos ao meio ambiente. É por isso que a Construtora Calçada vende as sobras para a reciclagem. Toda a renda obtida com essa venda é revertida em cestas básicas para os operários. Em um condomínio de 200 apartamentos, cuja obra dura em média dois anos, são reciclados cerca de 1.200kg de material por mês. Um total que gira em torno de 28.800kg ao fim da construção.

- Encontramos uma maneira eficiente de engajar nossos funcionários na questão da reciclagem de resíduos de obras, pois sabendo que são os maiores beneficiados, os operários se empenham cada vez mais na triagem dos materiais - comenta Bruno Oliveira, gestor de Marketing da Calçada.

Fonte: O Globo

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