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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Jardim iluminado

Com a luz adequada, os jardins se transformam durante a noite e ficam até mais bonitos do que sob a luz do sol

Apreciar um jardim noturno é um raro prazer. Com a chegada dos dias quentes do verão, a temperatura fica mais amena à noite e o jardim iluminado faz um convite irresistível à area externa. Ao cair da tarde, é possível reunir os amigos para conversar, jantar ao ar livre ou simplesmente se deixar levar pela contemplação do silêncio e dos perfumes que algumas espécies exalam apenas nessas horas do dia. Mas para um jardim ser apreciado e utilizado à noite, algumas regras precisam ser seguidas a fim de determinar a segurança e eficiência das áreas externas, além de valorizá-las esteticamente

dia

noite

Com o tempo, a iluminação no projeto de paisagismo foi tomando um papel muito importante e hoje imprescindível. “A frase ‘a arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos à luz’, do mestre e sempre aclamado Le Corbusier, explica claramente esse papel fundamental e inseparável da iluminação em qualquer projeto, seja de paisagismo, interiores ou arquitetônico”, lembra a paisagista Nádia Bentz.

Segundo ela, a iluminação dá vida, realça e enfoca o que o paisagista mais achar conveniente para o projeto, ambientando e dando um toque sofisticado aos ambientes. “As cores só existem e se tornam visualmente perceptíveis devido à incidência da luz sobre os volumes. Caso contrário, tudo seria escuro e sombrio”, completa Nadia.


Luzes amarelas e verdes ajudam a reforçar o clima de natureza. Projeto de Nadia Bentz

No paisagismo, a destinação de cada espaço define o tipo de iluminação a ser utilizada. É importante ter em mente que os jardins contemporâneos deixaram de ser apenas espaços bonitos e sem uso, com um amontoado de plantas. Hoje, eles trazem consigo uma função muito maior: criar espaços de convívio e lazer e, principalmente, de ser um refúgio do meio urbano. A dica é encontrar um profissional que tenha sensibilidade para reconhecer a utilização específica de cada projeto. Ter sempre em mente o usuário também é importante – se é adulto, criança ou idoso –, pois suas necessidades são distintas.

De olho na lâmpada

Outros detalhes não menos importantes devem ser observados como, por exemplo, conhecer os tipos de lâmpadas e seus efeitos, pois algumas plantas são mais sensíveis do que outras.

Um cuidado especial deve ser tomado com a voltagem da lâmpada e o direcionamento do feixe de luz. “Além desse fator, é importante buscar a combinação da iluminação artificial com a iluminação natural, para garantir o desenvolvimento e preservação da vegetação”, explica Nádia.


Luzes focais ajudam a destacar samambaias e buxinhos no jardim projetado por Ivo Vel

A iluminação mais comum hoje é a que utiliza lâmpadas alógenas, principalmente pelo baixo custo de implantação; mas existem outros tipos disponíveis. A iluminação de LED, por exemplo, tem se difundido cada vez mais principalmente pelo baixo impacto ambiental, e seu baixo custo a longo prazo. O que impede seu uso em grande escala é o custo de implantação, geralmente alto.

Espetos de jardim, luminárias embutidas, balizadores, arandelas e postes são algumas das possibilidades. Para cada objetivo deve-se utilizar um tipo específico; os postes, por exemplo, são muito eficientes na iluminação de parques e praças, espetos com iluminação direcionável também são muito utilizados para dar destaque a alguma vegetação específica. “Todos esses tipos de iluminação podem ser encontrados e adaptados para lâmpadas alógenas e LED, a escolha está principalmente relacionada com seu custo de implantação”, diz Nádia Bentz.

Funcionalidade e estética juntas

Tentar estabelecer uma harmonia entre as questões funcional e estética do projeto é um fator relevante para quem está pensando em iluminar o jardim. “A luz tem função orientativa, conduz as pessoas de modo que possam se deslocar com segurança e, ao mesmo tempo, contemplar o espaço projetado por meio do sentido da visão, o que engloba aspectos psicológicos de relaxamento e de prazer durante a exploração do jardim”, revela Paulo Carrión Teruel, sócio proprietário da Vitali Iluminação, empresa parceira do paisagista Gilberto Elkis.


Escadas, muros e piscinas também podem ser valorizados com a iluminação correta

Além de garantir a segurança na circulação, é aconselhável evitar contrastes excessivos, pois a visão da fonte de iluminação causa incômodo, daí a necessidade de cuidados com a intensidade e o direcionamento das luzes.

“Deve-se observar as cores do jardim, e escolher a iluminação que realce as cores desejadas”, explica Paulo. “Como a maior parte das plantas tem tons esverdeados, costumamos optar por uma luz que realce tons amarelos e verdes, por meio da correta temperatura de cor”, completa. As lâmpadas incandescentes e LEDs nos tons amarelos e âmbar também são boas opções, pois madeiras e pisos de decks também respondem bem a elas.


As obras de arte do jardim também foram privilegiadas no projeto de iluminação de Marcelo Novaes

Para o paisagista Marcelo Novaes, a iluminação é importante para realçar as formas escultóricas e as texturas das vegetações, criando espaços convidativos que despertam a curiosidade e os sentidos dos usuários. “No paisagismo, tomamos cuidado para que a iluminação não fique tão próxima da água, a não ser que seja apropriada para tal.” Segundo Marcelo, outro cuidado fundamental é contratar uma empresa especializada, que garanta o serviço e a segurança na execução do trabalho.

A parte elétrica deve ser tratada da maneira mais segura possível. Isso requer cuidados importantes com as conexões e a organização da fiação para que não fiquem expostos. A voltagem também deve ser adequada ao número de pontos utilizados. De qualquer forma, o ideal é que um profissional especializado na área seja consultado. Quando se trata de segurança todo cuidado é pouco, e às vezes é necessário investir um pouco mais para alcançar um projeto seguro.

Fonte: ig.com.br

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